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Entrevista: Nicolas Ballet - black metal , arte postal e organização underground

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  Photo by: Véronique Ellena   Nicolas Ballet é um historiador da arte especializado em pesquisa em música industrial, novas mídias, ocultismo, subculturas, vanguarda e transumanismo. Ele recebeu seu Ph.D. em 2018 da Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, onde leciona história da arte contemporânea. Sua tese examina a cultura visual da música industrial das décadas de 1970 e 1980 na Europa, Japão e Estados Unidos.   Ele foi gentil o suficiente para responder algumas perguntas sobre a estética do black metal, sobre a cultura cassete e sobre a organização de um underground que, surpreendentemente, mantém sua ética fiel desde que o black metal se estabeleceu como um dos gêneros mais passionais (e, ironicamente, ainda assim cru e frio) dentro do metal extremo.   "Como a parte gráfica, enquanto contato primário do ouvinte, antecipava/externalizava a potência radical não só no black metal, como em toda a música extrema?"    Através do poder visual dos tópicos expl...

Black metal e depressão (I) - “Ni Tsarya, Ni Boga”: Koldovstvo

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  O tempo é imaterial e a sensação de que ele é estático me surrupia enquanto minhas mãos fraquejam sobre tudo o que eu juro ser. Eu sou fraco. A música é um escape e o disco do Koldvstvo produz a iminência do abandono - como se você tivesse deixando esse mundo para sempre. Como se você quisesse sempre isso, mas, na hora derradeira do decisivo adeus, você sentisse saudades de tudo aquilo que odeia. Esses elementos contrastantes têm me consumido como um invisível fogo interno que nunca se materializa de fato, como se eu estivesse sempre à beira de uma revelação que nunca acontece. Eu vivo nessa espera sagrada do nada que nunca se revela.   A banda é anônima e não se sabe muito sobre ela. Sabe-se que ela é da Rússia e tudo o mais é um mistério. Eu mesmo tentei contatá-los para esse site e ainda não obtive resposta. Os sinais já me prometeram dias melhores, eu mesmo apalpei algo que conjurei como felicidade ou como, quem sabe, duradouro. Mas tudo escapou. Tudo sempre escapa e o q...